quinta-feira, 8 de abril de 2010

Para que existem contratos?


Para que existem contratos?


Contratos existem para que as palavras não sejam jogadas ao vento. Para que num determinado momento uma parte ou outra não diga: Isso não foi combinado! Obviamente esse contrato é um rito simbólico e não tem valor legal, mas é um compromisso importante dentro do universo BDSM. Existem liturgias e formalidades, e é isso que faz o BDSM não perder sua essência, no momento em que esses detalhes forem deixados de lado, você estará descaracterizando a sua relação do BDSM.



Tenho notado ao longo do tempo pessoas procurando em sites de busca modelos de contrato de escravidão.
Há um tempo atrás eu também estava a procura de um modelo para basear o contrato de minha escrava, e descobri que não há um modelo certo. Pois ele varia de acordo com a preferência e a necessidade dos parceiros.
O contrato deve conter todas as disposições, papéis e os limites de cada um na relação BDSM. O contrato não tem valor legal. Serve apenas para deixar registrado as vontades e limites de cada um.
Um site onde há diversos contratos em que se pode usar como base é o site do senhor verdugo. É lá que eu usei como base meu contrato. Segue abaixo um modelo meu, contendo as principais condições usadas no contrato. Qualquer um destes itens podem ser modificados ou excluídos, de forma que se encaixe nas disposições do casal.
Lembrando, mais uma vez, que deve sempre haver consensualidade entre os dois!
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Contrato de Escravidão Consentida


Eu, Nome Escrava, ciente das regras que regem o BDSM, declaro por livre e espontânea vontade, e por ser expressão da verdade, que a partir de hoje, me torno Escrava e Mulher de Senhor do Norte.
Local de transferência: Qualquer hora e qualquer lugar do mundo, a partir da data de XX/XX/XXXX.

  • Prometo, a partir de hoje, cumprir minhas obrigações como Escrava e Mulher e isso inclui:
    Fazer tudo que meu Dono e Amor mandar. Me submeter a todos os seus desejos e loucuras;
  • Dispor do meu corpo no momento, do jeito e da forma que meu Dono e Amor quiser;
    Receber seus castigos como prêmios e seu Amor com loucura;
  • Adorar o corpo do meu Dono e Amor todos os dias;
  • Amá-lo como nunca amei ninguém;
  • Ser fiel e sincera em qualquer situação. Não tendo qualquer segredo para com o meu Dono;
  • Permitirei que meu Dono me humilhe, se for sua vontade e desejo.
  • Serei propriedade exclusiva do Dono, estando terminantemente proibida de se submeter ou fazer sexo, ainda que virtual, com outra pessoa;
  • Não terei contato com outros mestres sem pedir autorização ao meu dono.
  • Serei sempre paciente, desprendida, alegre e amorosa evitando displicência, fraqueza e covardia; Estarei sempre em constante atenção para aprender obedecer e executar as ordens de meu Dono,
  • Tratar meu dono da forma mais respeitosa possível sob o tratamento de ‘Mestre’;
  • Usarei a coleira e outros simbolos de posse por todo o momento para demonstrar ser propriedade de meu dono. Não tirando-os em hipótese alguma;
  • Aceitarei ficar amarrada, acorrentada, enjaulada, algemada, usar acessórios, e outros objetos, no momento, e no local em que ele desejar;
  • Nunca discordarei de meu Dono;
  • Jamais terei orgasmo sem a autorização de meu Dono e só me masturbarei quando Ele me ordenar;
  • Se for do desejo de meu Dono, me comportarei como Seu bichinho de estimação, seja qual for o animalzinho que Ele escolha;
  • Usarei sempre letras minúsculas em meu nome, um símbolo de minha inferioridade diante de Meu dono;
  • Não esquecerei jamais, que meu dever principal é o de proporcionar distração e prazer para meu Dono;
  • Manterei permanentemente o meu Mestre informado dos meus pensamentos sexuais;
  • Estarei à disposição do meu Dono 24 horas por dia, 7 dias por semana;
  • Obedecerei todas as ordens em relação a vestimenta e comportamento, sem questionamentos;

  • Observações
    A Safeword utilizada nas cenas será: “segredo“ Sendo a safeword por gesto combinada antecipadamente de acordo com a situação da cena;
  • Prazo de validade: Indeterminado.
  • Serei para meu Dono e Amor, Mulher e Escrava, Prazer e Servidão, Felicidade e Devoção.
  • Farei de cada chicotada recebida, cada dor sentida a prova do meu amor e adoração.
  • Verei nas algemas do meu pulso nossa aliança de amor eterno.
  • Irei conceber cada Castigo como uma dádiva que representa a certeza de que o caminho escolhido é o melhor para mim e para o meu Dono e Amor.
  • Provarei que Êxtase e Entrega andam juntos, Amor e Servidão se completam, Dor e Prazer se alimentam.

Finalmente, farei da nossa relação o encontro entre dois desejos que nunca termina, entre dois corpos que nunca se separam, entre dois seres que viram um só: Dono e Escrava, Homem e Mulher…Enfim, Amor, Dor e Prazer.
Assim Eu Quero, assim Declaro e assim Cumprirei… pela felicidade e prazer do meu Dono e Amor…
“O ser humano tem o direito de amar como quiser: tomai vossa fartura e vontade do amor como quiserdes, quando, onde e com quem quiserdes.”Livro da Lei – Alester Crowley

Os signatários deste Contrato concordam que neste caso, exigir-se-á o Direito de Posse, sob as formas e condições a seguir descritas. Segundo o Código Penal Brasileiro, a satisfação da libido, reclama, como condição precípua, a faculdade de livre escolha ou livre consentimento nas relações sexuais. É a liberdade de disposição do próprio corpo no tocante aos fins sexuais. De modo que, o exercício consentido das relações SM não constituem crime previsto em lei. Há que existir uma vontade decidida e contrária, uma oposição que só a violência física ou moral consiga vencer. Sem duas vontades embatendo-se em conflito, não há crime.
Declaro que tive tempo suficiente para refletir e ter ciência das conseqüências das determinações acima.
O seguinte contrato é verdadeiro e dou fé. Em Belem, Aos XX Dias do mês de XXXXXX do Decimo Ano do Terceiro Milênio.
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Senhor do Norte – Mestre Nome Escrava - Escrava

Senhor do Norte

Qual o significado da coleira?


Qual o significado da coleira?



Depois de ter encontrado a sua eleita, terem negociado (negociar significa acordar o que pode ou não ser feito dentro da relação, significa que ela lhe dirá quais são os limites e você se comprometerá a respeitá-los) seus prazeres, é a hora litúrgica do rito, é o momento da celebração da troca de poder, é quando ela lhe reconhece como seu Dono e Senhor, e você celebra essa união com a colocação da coleira em seu pescoço, com o mesmo simbolismo do casamento e das alianças.
O significado da coleira, é o da escravidão, é a forma mais emblemática da entrega e da submissão. Uma coleira é sagrada, é sua identidade, sua presença nela, é seu nome como proprietário daquela peça (nesse momento ela deixa de ter seu status social, está num nível inferior, tal qual escravos à época das senzalas em relação ao Dono), zelar pela dignidade da coleira é tarefa de ambos.
Lembre-se de que as pessoas praticantes e comprometidas com o BDSM não estão atrás de sexo fácil, não se iluda e se for esse seu pensamento, sua história não será muito longa. Portanto, tenha em mente que a coleira é um compromisso e uma maneira de sinalizar à comunidade que você é o Dono da peça.

Como conseguir uma escrava?


Como conseguir uma escrava?


Existem muitas mulheres que tem a fantasia e o fetiche da servidão. O sadomasoquismo pode ser visto como um jogo, onde pessoas com as mesmas afinidades se encontram e vivenciam isso de forma saudável. Saudável no caso é o consensual, é a troca de prazeres mútuos em busca de um objetivo comum. Essas submissas não são difíceis de ser encontradas, o difícil é encontrar alguém que seja compatível com as suas fantasias.

O melhor caminho é não ter pressa, converse, conheça a forma de pensar, investigue as fantasias e veja se é bem isso que você procura. Tem determinadas coisas que dificilmente você conseguirá mudar no meio do caminho, lembre-se que nem todos têm o mesmo desejo e tentar forçar uma situação só lhe trará aborrecimentos, visto que o universo BDSM é uma comunidade pequena, onde certos erros não são bem vistos.

Nesse universo sadomasoquista não existe espaço para agressões baratas ou desrespeito a determinadas condutas pré-estabelecidas pelas duas partes, portanto, saiba respeitar acordos e seja ético com seus pares, assim terá dado um enorme passo rumo a credibilidade e a abertura de portas nesse meio.

O melhor caminho (agora que você está entendendo como se portar numa comunidade sadomasoquista) é participando de comunidades no Orkut, em salas de bate papo específicas de sadomasoquismo (UOL é a mais popular), ou entrar em grupos de discussão (você encontrará vários links de estados brasileiros aqui no Portal, procure em LINKS) e conhecer melhor o pensamento comum e comportamento desses grupos.

Existem também casas sadomasoquistas (a mais importante é o Clube Dominna e fica em São Paulo), lá seguramente conseguirá interagir com as pessoas que tem o mesmo fetiche que você.

Origem do termo sadismo


Origem do termo sadismo


O termo “sadismo” tornou-se popular em 1886 pelo psiquiatra Richard Freiherr von Krafft-Ebing em seu famoso estudo sobre a perversão sexual, associando a literatura do Marquês de Sade (sua forma de escrever era conhecida como “le sadisme”) a casos clínicos relatados por ele sobre violência sexual não consensual.

O termo sadismo deriva do nome do escritor e filósofo francês Donatien Alphonse François de Sade (Marquês de Sade), e denota a excitação e prazer provocados pelo sofrimento alheio.
O foco do sadismo sexual envolve atos (reais, não simulados) nos quais o indivíduo deriva excitação sexual do sofrimento psicológico ou físico (incluindo humilhação) do parceiro.
Alguns indivíduos com esta parafilia se sentem perturbados por suas fantasias sádicas, que são simuladas ou invocadas durante a atividade sexual, mas não efetivamente concretizadas. Nesses casos, as fantasias sádicas envolvem, habitualmente, o controle completo ou parcial sobre a vítima, que se sente aterrorizada ante o ato sádico iminente.
Outros indivíduos sádicos compartilham seus impulsos sádicos com parceiros masoquistas, que sentem prazer (ou ao menos consentem) em sofrer dor ou humilhação. Este tipo de relação, onde as duas tendências se complementam, é denominada sadomasoquista.
Outros, finalmente, colocam em prática seus anseios sexuais sádicos com vítimas que não dão consentimento.
Em todos esses casos, o que causa excitação sexual ao indivíduo sádico é o sofrimento real ou potencial da vítima.
As fantasias ou actos sádicos podem envolver actividades que indicam o domínio do indivíduo sobre a vítima (por ex., forçar a vítima a rastejar ou mantê-la em uma jaula). Os indivíduos podem também atar, vendar, dar palmadas, espancar, chicotear, beliscar, bater, queimar, administrar choques eléctricos, estuprar, cortar, esfaquear, estrangular, torturar e mutilar. Em situações extremas, especialmente quando associadas a casos graves de Transtorno da Personalidade Anti-Social, os indivíduos podem chegar a matar suas vítimas.
As fantasias sexuais sádicas tendem a ter origem na infância. A idade de início das atividades sádicas é variável, mas habitualmente ocorre nos primeiros anos da vida adulta. O sadismo sexual geralmente é um fenômeno crónico.
Quando o sadismo sexual é praticado com parceiros que não consentem com a prática, a atividade tende a ser repetitiva. Alguns indivíduos podem dedicar-se a actos sádicos por muitos anos, sem necessidade de aumentar o potencial de infligir sérios danos físicos. Geralmente, entretanto, a intensidade e gravidade dos actos aumenta com o tempo, até que o indivíduo sádico seja preso ou receba tratamento psicoterápico adequado.

Origem do termo masoquismo


Origem do termo masoquismo

Através de seu trabalho Psychopatia Sexualis, o psiquiatra Richard Freiherr von Krafft-Ebing imortalizou Sacher-Masosh como inventor dessa perversão.
Em 1886, em seu compêndio Psychopatia Sexualis, Krafft-Ebing cunha o termo masoquismo, extraído da obra de Sacher-Masosh para caracterizar a dor e o sofrimento. Utiliza nessa construção uma personagem na posição de vítima sofredora, a imagem emblemática desta perversão.Em “Venus in Furs” (Vênus das Peles), livro que deu origem ao termo, Masoch descreve um tipo de posição subjetiva de escravidão assumida em relação à mulher. Essa descrição vem através de Severino, cuja melhor definição aqui está:“encontro uma estranha atração na dor, e nada pode atiçar minha paixão mais que a tirania, a crueldade e, sobretudo, a infidelidade de uma bela mulher. Que delícia estar em escravidão!” (p.201).Masoch era contemporâneo de Krafft-Ebing e sabe-se que ele nunca gostou de ter seu nome relacionado a um diagnóstico médico.

Masoquismo

O foco parafílico do Masoquismo Sexual envolve o ato (real, não simulado) de ser humilhado, espancado, atado ou de outra forma submetido a sofrimento. Alguns indivíduos se sentem perturbados por suas fantasias masoquistas, que podem ser invocadas durante o intercurso sexual ou a masturbação, mas não atuadas de outro modo. Nesses casos, as fantasias masoquistas em geral envolvem ser estuprado estando preso ou atado por outros, sem possibilidade de fuga. Outros agem de acordo com seus desejos sexuais masoquistas por conta própria (por ex., atando a si mesmos, picando-se com alfinetes ou agulhas, auto-administrando choques elétricos ou automutilando-se) ou com um parceiro.
Os atos masoquistas que podem ser buscados com um parceiro incluem contenções (sujeição), colocação de vendas (sujeição sensorial), palmadas, espancamento, açoitamento, choques elétricos, ser cortado, "perfurado e atravessado" (infibulação) e humilhado (por ex., receber sobre si a urina ou as fezes do parceiro, ser forçado a rastejar e latir como um cão, ou ser submetido a abuso verbal). O transvestismo forçado pode ser buscado por sua associação com a humilhação. O indivíduo pode ter um desejo de ser tratado como um bebê indefeso e de usar fraldas ("infantilismo").
Uma forma particularmente perigosa de Masoquismo Sexual, chamada "hipoxifilia", envolve a excitação sexual pela privação de oxigênio, obtida por meio de compressão torácica, garrotes, ataduras, sufocação com saco plástico, máscara ou substância química (freqüentemente um nitrito volátil que produz uma redução temporária da oxigenação cerebral pela vasodilatação periférica). As atividades de privação de oxigênio podem ser executadas a sós ou com um parceiro. Mortes acidentais podem ocorrer devido a mau funcionamento do equipamento, erros na colocação da forca ou da atadura em torno do pescoço ou outros deslizes.Dados dos Estados Unidos, Inglaterra, Austrália e Canadá indicam que uma a duas mortes causadas por hipoxifilia por milhão são detectadas a cada ano. Alguns homens com Masoquismo Sexual também têm Fetichismo, Fetichismo Transvéstico ou Sadismo Sexual. As fantasias sexuais masoquistas tendem a ter estado presentes na infância. A idade na qual iniciam as atividades masoquistas com parceiros é variável, mas geralmente se situa nos primeiros anos da vida adulta. O Masoquismo Sexual geralmente é crônico, com tendência a repetir o mesmo ato masoquista. Alguns indivíduos com Masoquismo Sexual podem dedicar-se a atos masoquistas por muitos anos sem um aumento na sua potencial periculosidade. Outros, entretanto, aumentam a gravidade dos atos masoquistas ao longo do tempo ou durante períodos de estresse, podendo acabar em ferimentos ou até mesmo em morte.
Senhor do Norte

Origem da Safeword no BDSM




Origem da safeword

A origem da SAFEWORD, tal qual a conhecemos hoje, data de meados dos anos 80. A idéia amadurecida e popularizada através dos canais de discussão na época teve seu primeiro conceito semelhante ao de um sinal de trânsito.

O bottom (submisso) utilizava cores como forma de indicar ao Top (Dominador) o seu estado físico e emocional. No decorrer da cena, o Top per
guntava a cor e o bottom através sinalizava seu estado pelo "verde, amarelo ou vermelho".O verde tinha o significado de que estava tudo sob controle, o amarelo era sinal de algum desconforto momentâneo e o vermelho um alerta de que algo não ia bem ou a ultrapassagem dos limites previamente estabelecidos. Essa idéia começou a ganhar corpo via internet e espalhou-se rapidamente, incorporando-se assim ao cenário de muitas comunidades e adeptos.Esses códigos evoluiram, foram adaptados e atualmente são combinados antes da cena, podendo ser uma palavra ou um gesto específico (casos em que o bottom está de mordaça ou encapuzado, por exemplo), variando em comunidades, confrarias ou parceiros que os adotam.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

BDSM - Origem do SSC


BDSM - Origem do SSC - São Seguro e Consensual


Essa frase surgiu em meados de 1983 (credita-se a David Stein) num dos relatórios do comitê GMSMA (Gay Male SM Activist é uma organização representativa no meio homossexual americano, sem fins lucrativos e comprometida com os interesses do SM e SSC.) e propunha uma conscientização sobre a necessidade de se praticar um SM seguro, desvinculando-o do comportamento autodestrutivo popularmente vinculado ao termo “sadomasoquismo”.
Sua aceitação, propaganda e popularização deu-se a partir da grande Marcha de Washington pelos Direitos dos Gays e Lésbicas pelo Contingente S/M - Leather em julho de 1987 e passou a figurar em inúmeros materiais promocionais, camisetas e boletins de divulgação da GMSMA. Na marcha de 1993 houve a consolidação durante a Conferência S/M Leather-Fetich e milhares de pessoas nos Estados Unidos e de outros países viram naquelas três palavras uma identificação imediata.Isso também se deu pelo fato de que ninguém pôde controlar seu significado, a interpretação é individual, e sendo assim adaptou-se perfeitamente bem a grande maioria dos praticantes espalhados pelo mundo. Foi uma alternativa ao RACK e a edgeplay que desobrigavam o uso da palavra de segurança.O objetivo original não foi uma forma e nem um ideal para se definir o SM, foi uma alternativa segura e um compromisso viável entre parceiros para definir um comportamento aceitável ou não no relacionamento.A questão do SSC é muito relativa e não pode ser vista de uma maneira simplista ou generalizada, nem tudo o que é seguro para uns o será para outros e vice-versa. Essa relatividade causa controvérsias e opiniões emocionais de ambos os lados, porém é uma situação que geralmente só o bom senso dos envolvidos pode equacionar.O que muitas pessoas desconhecem é que em momento algum a GMSMA definiu ou limitou o SSC, houve um movimento no sentido de proporcionar o diálogo e oferecer alternativas seguras dentro desse ambiente, mesmo porque não é razoável tentar controlar as emoções alheias nos mais diferentes cenários e nas mais diversas vertentes, a idéia original consiste em oferecer escolhas, poder optar pelo bom e pelo ruim dentro das possibilidades de cada individuo e poder viver o SM dentro de um nível aceitável de risco.O SSC por si só não é suficiente para livrar-lhe de uma situação de risco, mas é um ponto de partida para o estabelecimento de relações com um nível de segurança maior.

Origem do emblema BDSM

Origem do emblema BDSM

No final de 1994, nas salas de discussão da AOL, sugeria-se uma forma que simpatizantes de BDSM pudessem se identificar em locais públicos sem sofrer nenhum tipo de represália ou perseguição por e
sse estilo de vida. Imaginou-se a principio usar a bandeira do Orgulho do Couro, mas não houve consenso em relação a isso, entre vários motivos, ela não identificava todas as vertentes.






Bandeira Orgulho do Couro


Em 1995, o usuário Quagmyr deu inicio ao projeto do emblema que começou a ganhar corpo quando a discussão foi levada para a internet, especialmente no grupo alt.sex.bondage. Depois de muitos esboços, finalmente o trabalho foi concluído e em 1997 já era conhecido por toda a web.A idéia do emblema BDSM é a do mistério, seu objetivo era ser identificável apenas pelas pessoas conhecedoras do seu real significado. Para leigos, é apenas uma jóia estilizada muito semelhante ao símbolo do Yin-Yang, porém tal semelhança não é acidental. Os contornos representam duas fases (o inicio e o término) e no caso do BDSM isso também se aplica, mas com três divisões: B&D, D&S e S&M, as três divisões também evocam o SSC e finalmente mais um grupo de três (Top’s, Bottom’s e Switchers) representados pelos orifícios que dentro do contexto são uma imperfeição se vistos isoladamente, já que o BDSM não deve ser praticado sozinho.O desenho teve inspiração nos anéis usados em Roissy no livro História de Ó, tem um pouco do estilo Yin-Yang e lembra também um triskele (três pernas).





Yin-Yang



Ttriskele


Anel de Roissy






Emblema BDSM


O metal e a cor metálica representam ferros e correntes simbolizando a servidão e a posse, os campos pretos internos representam a celebração e o controle do lado negro da sexualidade BDSM.As linhas sinuosas podem ser interpretadas como o balanço de um chicote ou o movimento de um braço dando um tapa ou uma entrega erótica.Por fim, o círculo representa a ideologia, a unidade e a comunidade.
Senhor do Norte

História do BDSM



Historia do BDSM
Especificar individualmente quando cada prática começou é uma tarefa árdua e quase impossível devido à diversidade de praticas abrigadas sob o acrônimo BDSM, pois cada uma delas tem origens tão distintas que nos levariam a uma longa jornada pela antiguidade.
Socialmente podemos referenciar o ano de 1918 como um marco para o surgimento do que chamamos hoje de BDSM. Foi quando surgiu a “London Life”, a primeira revista comercial com tendências fetichistas de que se tem notícia, em suas páginas começaram a ser veiculados os primeiros anúncios de encontros e festas privadas.No ano de 1946 foi impressa a revista “Bizarre” (http://www.bizarremag.com), cujo conteúdo era voltado ao Bondage, Dominação e Fetichismo. Sua distribuição era basicamente em clubes e ambientes sadomasoquistas.A explosão realmente aconteceu após a segunda grande guerra mundial, com a volta dos soldados começaram a aparecer grupos de motociclistas com claras tendências homossexuais, tendo o couro como sua bandeira e o S/M como uma prática social. Esses grupos começaram a ter uma forte influência estética sobre o vestuário, o couro passou a ser parte integrante da indumentária, virando um símbolo desse movimento.Em Nova Iorque no ano de 1951 foi fundado o primeiro local reconhecidamente S/M, o Shaw’s.Esse entusiasmo também se refletiu na Europa onde associações e locais S/M começaram a surgir num primeiro momento para grupos homossexuais. Grupos como “Berlin”, em 1964 na Alemanha, “Sixty-Nine Club”, em 1966 na Inglaterra, “VSSM” em 1970 na Holanda, “Boys Cuir France”, na França em 1973, “MSC” em 1974 na Bélgica.Em novembro de 1969 na cidade de Colônia na Alemanha, ocorre a primeira festa pública que reúne mais de cem pessoas. Dá-se nesse momento o impulso e a roda começa a girar. As grandes sociedades S/M da época começam a dar os primeiros passos. Nos Estados Unidos em 1971 a “Eulenspiegel Society”, na Europa em 1975, mais especificamente na Inglaterra a “European Confederation of Motorcycle Clubs (ECMC), em 1976 é fundada por Cynthia Slater e Larry Olsen a “Society of Janus”, em 1978 Pat Califia e Gayle Rubin fundam a “Samois”, um grupo formado por mulheres lésbicas baseado no romance História de Ó. Abriram-se as portas para as mulheres.Na Europa começam a desenvolver-se os grupos heterossexuais e também a aceitação do Switcher (indivíduo que tem prazer nas duas situações), criando-se assim novos espaços de encontro, mas ainda assim vinculados às associações pansexuais.Em 1986 forma-se o grupo de S/M austríaco “Libertine Wien”, em 1987 o “Flagellantenclub Fórum 88”, que chega a ter em 1995 aproximadamente 400 sócios. As festas S/M “Lês Fleurs du Mal”, realizadas no pub “Molotow”, em Hamburgo são realizadas com grande êxito em 1990. Essas festas aconteceram mensalmente por cerca de nove anos.Foi fundado no ano de 1987 o primeiro grupo estritamente heterossexual no seio da comunidade S/M, o alemão S/M-Sündikat Hamburg, que logo desenvolveu uma intensa atividade social, editorial e divulgadora. (Schlagworte Ressourcenliste Version 0006ª, mazo 2000). Foram os realizadores da primeira grande festa S/M européia, na galeria “Abriss” de Hamburgo, com mais de 700 pessoas. Calcula-se nesse mesmo ano a existência de aproximadamente 200 grupos S/M nos Estados Unidos e 180 na Europa, destacando-se a Alemanha com 53 grupos. Outros continentes não foram considerados por não existirem dados confiáveis.Foi realmente a partir dos anos 90 que se intensificou o desenvolvimento de casas, clubes, associações e literatura destinada ao gênero.Originalmente B/D (Bondage e Disciplina), D/s (Dominação e submissão) incorporavam-se ao Sadomasoquismo (S/M, S&M e SM). Muitas pessoas envolvidas nessa subdivisão não quiseram estar associadas a práticas mais violentas ou vistas como abusivas. Muitas discussões se seguiram com os grupos envolvidos e acordou-se um novo acrônimo mais abrangente: BDSM (Bondage e Disciplina, Dominação/submissão e Sado-Masoquismo).O PAPEL DA ALT.SEXEm Abril de 1991 foi criado um grupo de discussão na Internet chamado alt.sex, a partir daí é que as siglas BDSM tornam-se conhecidas, mas vamos primeiro compreender essa terminologia toda.Era popular na época o NEWSGROUP, que é um grupo de discussão categorizado que circulava numa rede chamada USENET (Users’ Networks, ou Utilizadores da Rede). As categorias mais populares eram “alt”, “comp” e “rec”. Só para exemplificar, existiam categorias alt.music, alt.games, alt.movies e obviamente alt.sex. Foi essa a mola propulsora que tornou a comunicação mais abrangente e permitiu a uma discussão mais ampla do BDSM.Atualmente a Internet permite uma interação dinâmica, temos todo o tipo de informações à mão, basta pesquisar, existem vários grupos de discussão brasileiros das mais variadas vertentes. A informação está disponível e fácil para quem está chegando agora e a propagação dessa filosofia está tendo penetração em todas as mídias.



Senhor do Norte

terça-feira, 6 de abril de 2010

BDSM e sua liturgia




BDSM e sua liturgia

BDSM, de forma bem resumida, é o nome dado ao fetiche e arte das cordas (conhecido
como Bondage), dos prazeres da Dominação e submissão e do sadomasoquismo. Da combinação dessas práticas saiu o acrônimo BDSM (Bondage. Dominação/submissão e SadoMasoquismo).
Antes de prosseguir, é importante que você leia o texto abaixo e compreenda exatamente o tipo de sadomasoquismo implícito no BDSM:

Sadomasoquismo de consenso
Não se trata do sadismo e do masoquismo que buscam sofrimento, próprio ou do outro. Na realidade, a grande procura de chicotes, algemas, correntes, assim como de suítes com jaulas em motel, grades de ferros e vários outros apetrechos, visa aumentar o prazer sexual sem machucar. Os que utilizam essa faixa amena, digamos assim, devem ser distinguidos dos casos patológicos. O estereótipo do sádico como criminoso brutal se aplica a uma minoria. Trata-se, no caso do consenso, de um jogo negociado por duas ou mais pessoas e que pode ser interrompido a qualquer momento por qualquer dos participantes.
O sadomasoquismo consensual é completamente diferente do sadismo e masoquismo. Os sádicos verdadeiros não se preocupam se o parceiro tem prazer na relação, ao contrário dos participantes do sadomasoquismo consensual, que se preocupam com o prazer do outro. Neste, a base é o antagonismo entre domínio e submissão, poder e desamparo. É uma prática sexual tão comum que é raro encontrar algum casal de amantes que não tenha brincado de alguma versão do velho jogo em que um domina e o outro é subjugado, ou que não tenha atormentado um ao outro de brincadeira, fingindo dar um beijo e recuando.
Numa pesquisa de 1990 com universitários da cidade de São Paulo, 48% dos homens e 41% das mulheres relataram haver tido relação sexual em que dor e prazer estavam presentes. Mas muito antes, em 1954, o pesquisador norte-americano Alfred Kinsey já havia registrado que mais da metade dos homens e mulheres reagia eroticamente a mordidas. Não muito diferentes de vários animais.
Apesar de o masoquismo ser mais associado às mulheres, devido ao treinamento de submissão e passividade que sempre receberam, vários estudos mostram a inversão dos papéis sociais no sexo. Os prazeres masoquistas fazem parte das fantasias de homens e mulheres em proporções quase iguais, principalmente ser amarrado e subjugado durante as atividades sexuais. E uma pesquisa concluiu que ambos os sexos preferem que o outro seja o sádico. Nem Batman escapa. No filme em que Michelle Pfeiffer interpreta a Mulher-Gato, vestida de borracha colada à pele para lembrar uma dominadora, ele é amarrado por ela a uma cama. Os produtores cortaram a cena, mas as aulas que ela tem com um "mestre do chicote" continuaram.
Na verdade, não há um consenso geral a respeito das causas do sadomasoquismo. Que dor e prazer são sensações intensas e às vezes a fronteira entre os dois não é marcada com nitidez, todo mundo sabe. Alguns, como a historiadora norte-americana Riane Eisler, acreditam que, como a erotização da violência e da dominação foi central na construção social do sexo, a maioria de nós se excita, em graus variados, com essas fantasias.
Para outros essa prática sexual reedita sensações de prazer e poder relacionadas com conflitos do início da vida. Há ainda os que defendem a idéia de que, se dessa forma o prazer aumenta e não faz mal a ninguém, não é necessário explicações e deve-se aceitar com naturalidade.
As grandes cidades de todo o mundo oferecem clubes sadomasoquistas, nos quais a encenação é o mais importante. Trajes negros de couro, chicotes e assessórios de aparência perigosa fazem parte da cena. Entretanto, mesmo o sadomasoquismo consensual pode ser perigoso para pessoas que tenham problemas emocionais.

Fonte: O Livro de Ouro do Sexo
Outras denominações muito freqüentes são SSC e Safeword. SSC nada mais é que as letras iniciais dos pilares do BDSM.
“S” de São, “S” de Seguro e “C” de Consensual.
Tudo que se vive dentro do BDSM é em função do prazer de ambos os parceiros, para isso existe um comprometimento em torno da segurança, da sanidade dos atos e finalmente, da consensualidade. Nada, absolutamente nada que fuja da consensualidade pode ser entendido como BDSM. Não se pode confundir a troca de poder (o momento em que um individuo entrega-se ao outro) com abuso ou violência gratuita.
É um jargão comum o termo “cena” para um ato BDSM. Justamente por tratar-se de uma situação cênica realizada com segurança e consentimento.
Você vai poder explorar situações de medo, dor, humilhação; vai exercer seu poder de dominação ou sadismo, vai fazer tudo aquilo que for prazer de ambos, tendo como regra as três letrinhas: SSC.
Outra denominação importante é a “Safeword” ou “palavra de segurança”. Essa palavra é a maneira da submissa dizer-lhe que chegou ao seu limite, que daí para frente o prazer acabou, que você chegou ao ponto máximo da tolerância dela.
Essa palavra é sempre combinada antes de uma cena e não há justificativas para não respeitá-la. Caso planeje uma situação onde exista mordaça ou algo equivalente que a impeça de falar, é importante que seja combinado um sinal de igual valor.
Outras nomenclaturas comumente usadas são:

TOP para Dominadores
bottom para submissos
Switcher para indivíduos que tem prazer alternando as posições (podem dominar ou servir)
Os demais termos existentes você pode conhecer no GLOSSÁRIO do Portal.

Sobre a liturgia
Liturgia no BDSM são as formalidades sociais nos relacionamentos hierárquicos, o cerimonial que envolve as sessões e os encoleiramentos, tudo aquilo que cria uma atmosfera solene no ambiente sadomasoquista.
Mais tarde falaremos de outros topicos tais como:

Senhor do Norte

BDSM, conheça!


Para os iniciantes

O objetivo dessa área é facilitar o conhecimento para você que está dando os primeiros passos no BDSM e não sabe exatamente como os indivíduos se relacionam nesse meio.
Não tenho a pretensão de dizer que minha forma de pensar seja a verdade absoluta, o BDSM é conceitual, portanto é muito conveniente que você procure conhecer ao máximo as correntes existentes e ver em que ambiente ou comunidade você se identifica melhor. É importante você conhecer as vertentes mais amiúde para ter a certeza de que esse universo é para você, antes de se aventurar.
Caso tenha vindo atrás de sexo fácil, tenho más notícias. A maioria massacrante não tem essa visão e suas chances de sucesso não são boas... Eu explico: O sexo no sadomasoquismo geralmente é conseqüência, não objetivo. Ele existe sim, mas dentro do contexto de uma fantasia e via de regra, exige um comprometimento.
Antes que você veja contradições com outros textos que escrevi em minhas “opiniões” que não são necessariamente os que estão aqui, quero deixar claro que ao escrever o material abaixo, fui conservador e me coloquei no papel do iniciante, pensei nos aspectos da segurança de quem ainda não está familiarizado com o comportamento malicioso de muitos elementos que infelizmente estão presentes em todas as esferas sociais. Meu objetivo é apenas mostrar-lhe o caminho das pedras e com o tempo você escolherá seus atalhos, assim como escolhi os meus.
Não imagine que você está entrando no mundo mágico da Disney, você terá a possibilidade de relacionar-se com pessoas interessantíssimas, mas o inverso também é verdadeiro.
Estou passando referências, apenas dando-lhe um norte para os primeiros passos, uma relação sadomasoquista não é diferente de um relacionamento convencional, ela é construída diariamente sobre as suas fantasias e com o tempo, acaba se tornando única.
Não faça do BDSM uma disputa de resistência ou quebra de recordes em cenas mirabolantes. Priorize o seu prazer, tire o máximo da essência que a relação pode lhe dar, observe e aprenda. Faça tudo de forma segura e se tiver dúvidas, não faça!
Quero lhe passar cuidados e regras básicas que se observadas, podem evitar dissabores e situações desagradáveis.
Não use minhas cenas como modelo, porque o que faço não é a regra, é a exceção. Tenha em mente que tudo se faz com cuidado, ao seu tempo e respeitando as limitações individuais. As imagens existentes no site são o resultado de anos de aprendizado, experiência e a escrava certa.
Entenda também que não falo ou represento uma comunidade, o que você encontra em meu Portal é tão somente o MEU ponto de vista, minhas experiências e minha forma de viver o sadomasoquismo.
Se o material aqui exposto contribuir para seu aprendizado, absorva.
Senhor do Norte